Boiadeiros
Publicado por Carol Walent em setembro 24, 2008
Os Boiadeiros
Uma manifestação de espiritos
daqueles que foram muito acostumados a terra de chão e tocavam o gado
pelas estradas do interior de nosso Pais, em condições muito difíceis mas que
nunca abalou a adoração desse povo pela lida no campo.
A magia de sua gira é inconfundível, as
histórias que trazem na bagagem são tão fascinantes como importantes no exemplo
que nos exprimem.
Um Boiadeiro traz consigo as lições de um
tempo onde o respeito aos mais velhos e a natureza, a família e aos animais,
enfim, a boa educação e bons costumes falavam mais alto e faziam muito mais
diferença do que nos dias de hoje.
Os Boiadeiros vêm dentro da corrente de
Oxóssi, dos Caboclos. Eles são entidades que representam a natureza
desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, “o caboclo
sertanejo”. São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola.
O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai.
Para algumas correntes de pensamento umbandista, esses espíritos já foram Exus
e, numa transição dos seus graus evolutivos, hoje se manifestam como caboclos
boiadeiros.
De um modo geral, os Boiadeiros usam chapéu
de couro com abas largas (para proteger-lhe do sol forte), calças arregaçadas e
movimenta-se muito rápido e costumam chegar aos terreiros com sua mão direita
levantada, girando, como se estivesse laçando, esbravejando a inconfundível
toada “êeeee boi” como se ainda estivessem tocando seu rebanho. O chicote e o
laço são suas “armas espirituais”, verdadeiros Mistérios, e com eles vão
quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e os
consulentes. A corda é usada com sabedoria para laçar o “boi brabo”, ou para
“pegar aquele que se afasta da boiada”, ou ainda usada para “derrubar o boi para
abate”. Dentro do campo mediúnico, os boiadeiros fortalecem o médium, abrindo as
portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os
Exus.
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