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sexta-feira, 11 de maio de 2012
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
OS MALANDROS(ZE PELINTRA)
Malandros
Os malandros têm como principal característica de identificação, a malandragem, o amor pela noite, pela música, pelo jogo, pela boemia e uma atração pelas mulheres(principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, etc...). Isso quer dizer que em vários lugares de culturas e características regionais completamente diferentes, sempre haverá um malandro. O malandro de Pernambuco, dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró; no Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba e passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do malandro.
No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da Lapa, contado em histórias, músicas e peças de teatro. Alguns quando se manifestam se vestem a caráter. Terno e gravata brancos. Mas a maioria, gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam o gosto lembrando que: “a seda, a navalha não corta”. Navalha esta que levavam no bolso, e quando brigavam, jogavam capoeira (rabos-de-arraia, pernadas), às vezes arrancavam os sapatos e prendiam a navalha entre os dedos do pé, visando atingir o inimigo. Bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto. São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá.
Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos. Têm sempre grandes amigos entre os que os vão visitar em suas sessões ou festas.
Existem também as manifestações femininas da malandragem, Maria Navalha é um bom exemplo. Manifesta-se como características semelhantes aos malandros, dança, samba, bebe e fuma da mesma maneira. Apesar do aspecto, demonstram sempre muita feminilidade, são vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores principalmente vermelhas e vestem-se sempre muito bem.
Ainda que tratado muitas vezes como Exu, os Malandros não são Exus. Essa idéia existe porque quando não são homenageados em festas ou sessões particulares, manifestam-se tranqüilamente nas sessões de Exu e parecem um deles. Os Malandros são espíritos em evolução, que após um determinado tempo podem (caso o desejem) se tornarem Exus. Mas, desde o início trabalham dentro da linha dos Exus.
Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessas entidades. Assim é o malandro, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos. Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam mal ou enganem aos mais fracos. Salve a Malandragem!
Na Umbanda o malandro vem na linha dos Exus, com sua tradicional vestimenta: Calça Branca, sapato branco(ou branco e vermelho), seu terno branco, sua gravata vermelha, seu chapéu branco com uma fita vermelha ou chapéu de palha e finalmente sua bengala.
Gosta muito de ser agradado com presentes, festas, ter sua roupa completa, é muito vaidoso, tem duas características marcantes:
Uma é de ser muito brincalhão, gosta muito de dançar, gosta muito da presença de mulheres, gosta de elogiá-las ,etc...
Outra é ficar mais sério, parado num canto assim como sua imagem, gosta de observar o movimento ao seu redor mas sem perder suas características.
Às vezes muda um pouco, pede uma outra roupa, um terno preto, calças e sapatos também pretos, gravata vermelha e às vezes até cartola. Em alguns terreiros ele usa até uma capa preta.
E outra característica dele é continuar com a mesma roupa da direita, com um sapato de cor diferente, fuma cigarros, cigarilhas ou até charutos, bebe batidas, pinga de coquinho, marafo, conhaque e uísque, rabo-de-galo; é sempre muito brincalhão, extrovertido.
Seu ponto de força é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de característica na linha dos pretos velhos e exus. Sua imagem costuma ficar na porta de entrada dos terreiros, pois ele também toma conta das portas, das entradas, etc...
É muito conhecido por sua irreverência, suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de Exu, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.
História de Zé Pilintra
José dos Anjos, nascido no interior de Pernambuco, era um negro forte e ágil, grande jogador e bebedor, mulherengo e brigão. Manejava uma faca como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de óbito. Os policiais já sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sózinhos, sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de não saírem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam.
Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bondoso, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas.
Sua vida era a noite. Sua alegria, as cartas, os dadinhos a bebida, a farra, as mulheres e por que não, as brigas. Jogava para ganhar, mas não gostava de enganar os incautos, estes sempre dispensava, mandava embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contrário, aos falsos espertos, os que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava os verdadeiros otários. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propósito quando as apostas ainda eram baixas e os limpando completamente ao final das partidas. Isso bebendo aguardente, cerveja, vermouth, e outros alcoólicos que aparecessem.
Zé Pilintra no Catimbó
No Nordeste do Pais, mas precisamente em Recife (na religião que conhecemos como Catimbó), ainda que nas vestes de um malandrão, a figura de Zé Pelintra, tem uma conotação completamente diferente. Lá, ele é doutor, é curador, é Mestre e é muito respeitado. Em poucas reuniões não aparece seu Zé.
O reino espiritual chamado “Jurema”, é o local sagrado onde vivem os Mestres do Catimbó, religião forte do Nordeste, muito aproximada da Umbanda, mas que mantém suas características bem independentes. Na Jurema, Seu Zé, não tem a menor conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de esquerda, por que o Mestre tem essa capacidade. Tanto pode vir na direita ou na esquerda. Quando vem na esquerda, não é que venha para praticar o mal, é justamente o contrário, vem revestido desse tipo de energia para poder cortá-la com mais propriedade e assim ajudar mais facilmente aos que vem lhe rogar ajuda.
No Catimbó, Seu Zé usa bengala, que pode ser qualquer cajado, fuma cachimbo e bebe cachaça. Dança côco, Baião e Xaxado, sorri para as mulheres, abençoa a todos, que o abraçam e o chamam de padrinho.
Nomes de Alguns Malandros e Malandras:
Zé Pilintra
Zé Malandro
Zé do Coco
Zé da Luz
Zé de Légua
Zé Moreno
Zé Pereira
Zé Pretinho
Malandrinho
Camisa Listrada
7 Navalhadas
Maria do Cais
Maria Navalha
ZÉ PILINTRA
Jose Emerenciano nasceu em Pernambuco. Filho de uma escrava forra com seu ex-dono, teve algumas oportunidades na vida. Trabalhou em serviços de gabinete, mas não suportava a rotina. Estudou, pouco, pois não tinha paciência para isso. Gostava mesmo era de farra, bebida e mulheres, não uma ou duas, mas muitas. Houve uma época em que estava tão encrencado em sua cidade natal que teve que fugir e tentar novos ares. Foi assim que Emerenciano surgiu na Cidade Maravilhosa. Sempre fiel aos seus princípios, está claro que o lugar escolhido havia de ser a Lapa, reduto dos marginais e mulheres de vida fácil na época. Em pouco tempo passou a viver do dinheiro arrecadado por suas "meninas", que apaixonadas pela bela estampa do negro, dividiam o pouco que ganhavam com o suor de seus corpos. Não foram poucas as vezes que Emerenciano teve que enfrentar marginais em defesa daquelas que lhe davam o pão de cada dia. E que defesa! Era impiedoso com quem ousasse atravessar seu caminho. Carregava sempre consigo um punhal de cabo de osso, que dizia ser seu amuleto, e com ele rasgara muita carne de bandido atrevido, como gostava de dizer entre gargalhadas, quando nas mesas dos botecos de sua preferência. Bebia muito, adorava o álcool, desde a cachaça mais humilde até o isque mais requintado. E em diversas ocasiões suas meninas o arrastaram praticamente inconsciente para o quarto de uma delas. Contudo, era feliz, ou dizia que era, o que dá quase no mesmo. Até que conheceu Amparo, mulher do sargento Savério. Era a visão mais linda que tivera em sua existência. A bela loura de olhos claros, deixava-o em êxtase apenas por passar em sua frente. Resolveu mudar de vida e partiu para a conquista da deusa loura, como costumava chama-la. Parou de beber, em demasia, claro! Não era homem também de ser afrouxado por ninguém, e uns golezinhos aqui e ali não faziam mal a ninguém. Dispensou duas de suas meninas, precisava ficar com pelo menos uma, o dinheiro tinha que entrar, não é? Julgava-se então o homem perfeito para a bela Amparo. Começou então a cercar a mulher, que jamais lhe lançara um olhar. Aos amigos dizia que ambos estavam apaixonados e já tinha tudo preparado para levá-la para Pernambuco, onde viveriam de amor. Aos poucos a história foi correndo, apostas se fizeram, uns garantiam que Emerenciano, porreta como era, ia conseguir seu intento. Outros duvidavam Amparo nunca demonstrara nenhuma intimidade por menor que fosse que justificasse a fanfarronice do homem. O pior tinha que acontecer, cedo ou tarde. O Sargento foi informado pela mulher da insistente pressão a que estava submetida. Disposto a defender a honra da esposa marcou um encontro com o rival. Emerenciano ria, enquanto dizia aos amigos: - É claro que vou, ele quer me dar a mulher? Eu aceito! Vou aqui com meu amigo... - E mostrava seu punhal para quem quisesse ver. Na noite marcada vestiu-se com seu melhor terno e dirigiu-se ao botequim onde aconteceria a conversa. Pediu uísque, não era noite para cachaça, e começou a bebericar mansamente. Confiava em seu taco e muito mais em seu punhal. Se fosse briga o que ele queria, ia ter. Ao esvaziar o copo ouviu um grito atrás de si: - Safado! - Levantou-se rapidamente e virou-se para o chamado. O tiro foi certeiro. O rosto de Emerenciano foi destroçado e seu corpo caiu num baque surdo. Recebido no astral por espíritos em missão evolutiva, logo se mostrou arrependido de seus atos e tomou seu lugar junto a falange de Zé Pelintra. Com a história tão parecida com a do mestre em questão, outra linha não lhe seria adequada. Hoje, trabalhador nos terreiros na qualidade de Zé Pelintra do Cabo, diverte e orienta com firmeza a quem o procura. Não perdeu, porém a picardia dos tempos de José Emerenciano. Sarava Seu Zé Pelintra!
EXU MIRIM
Exu Mirim na Umbanda
A umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.
Lembre–se que a umbanda é a manifestação de “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação. Para aqueles que sentirem–se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em exu mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.
- Cada Orixá é um dos estados da Criação. Um é a Fé, outro é a Lei, outro é o Amor, e assim por diante, independente de suas interpretações religiosas.
- Por serem estados, são indispensáveis, insubstituíveis e imprescindíveis á harmonia e ao equilíbrio do todo. O Estado da matéria considerado “frio” só é possível por causa da existência do estado “quente” e ambos na escala celsus indica os dois estados das temperaturas. Sem um não seria possível dizer se algo está frio ou quente; se algo é doce ou amargo, se algo é bom ou ruim, etc. É a esse tipo de “estado” que nos referimos e não a um território geográfico, certo?
- Muitos são os estados da Criação e cada um é regido por um Orixá e é guardado e mantido por todos os outros, pois se um desaparecer (recolher-se em Deus), tal como numa escada, ficará faltando um degrau, e tal como numa escala de valores, estará faltando um grau que separe o seu anterior do seu posterior.
- Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humildes, respeitosos e que chamavam todos(as) de titios e titias ao se dirigirem às pessoas ou aos Orixás e guias espirituais. Também chamavam os pretos velhos de vovô e de vovó. Até aí tudo bem!
- Mas logo começaram a “baixar” uns espíritos infantis briguentos, encrenqueiros, mal-educados, intrometidos, chulos e que dirigiam–se às pessoas com desrespeito chamando-os disso e daquilo, tais como: seu pu.., sua p..., seu v...., seu isso e sua aquilo, certo? E quando inquiridos, se apresentavam como “exus” mirins, os exus infantis da Umbanda numa equivalência com um exú infantil ou um erê da esquerda existente no Candomblé de raiz nigeriana.
- Exú Mirim assumiu o arquétipo que foi construído para ele: o de menino mal! E tudo ficou por aí com ninguém se questionando sobre tão controvertida entidade incorporadora em seus médiuns, pois ele dizia que todo médium tem na sua esquerda um Exú Mirim além de um e Exú e uma Pomba Gira.
- De meninos mal educados, como tudo que “começa mal” tende a piorar, eis que as incorporações de entidades Exus Mirins começaram a ser proibida nos centros de Umbanda devido à vazão de desvios íntimos dos médiuns que eles extravasavam quando incorporavam nos seus.
- De mal vistos, para pior, essa linha de trabalhos espirituais, (onde cada médium tem o seu Exú Mirim), quase desapareceu e só restaram as incorporações e os atendimentos de um ou outro Exu Mirim “muito bom” mesmo no ato de ajudar pessoas.
- Então ficou assim decidido, mais ou menos, por muitos:
- Exú Mirim existe, é mal educado e incontrolável e de difícil doutrinação.
- Vamos deixar Exú Mirim quieto e vamos trabalhar só com linhas espirituais doutrináveis e possíveis de serem controladas dentro de limites aceitáveis.
- Exú Mirim praticamente desapareceu das manifestações Umbandistas porque suas incorporações fugiam do controle dos dirigentes e seus gestos e palavrões envergonhavam a todos.
- Como é característica humana negar tudo o que não pode controlar e ocultar tudo o que “envergonha”, o mesmo foi feito com Exú Mirim, que existe, mas não é recomendável que incorpore em seus médiuns. Certo?
Todos se adaptam a regras comportamentais se seus aplicadores forem rigorosos tanto com os médiuns quanto com quem incorporar neles.
O melhor exemplo começa com as incorporações comportadas de quem dirige os trabalhos espirituais. E uma boa orientação sobre as entidades ajuda muito porque, o que os médiuns internalizarem sobre elas será o regularizador das entidades.
Agora se, por acaso, o dirigente adota um comportamento discutível, aí seus médiuns o seguirão intuitivamente, pois o tomam como exemplo a ser seguido.Em inúmeras observações, vimos os médiuns repetindo seus dirigentes e, inclusive, com as incorporações e danças dos guias incorporados neles. Essa assimilação natural ou intuitiva é um indicador de que o exemplo que vem “de cima” ainda é um dos melhores reguladores comportamentais.
Agora, quando o dirigente incorpora seu Exu Mirim e este, por ser do “chefe”, faz micagens, caretas, gestos obscenos, atira coisas nas pessoas, xinga-as e fala palavrões, aí tudo se degenera e seus médiuns procederão da mesma forma porque, em suas mentes e inconscientes é assim que seus Exus Mirins devem comportar-se quando incorporados.
Essa foi uma das razões para o ostracismo e que foi relegada à linha dos Exus Mirins. E isto, sem falarmos em supostos Exus Mirins que quando incorporavam ou ainda incorporam por aí afora, pegam ou lhe são dados saquinhos de papel que ficam cheirando, como se fossem as infelizes crianças de rua viciadas em cheira “cola de sapateiro”.
Certos comportamentos devem debitar ao arquétipo errôneo construído por pessoas desinformadas sobre essa linha de trabalhos espirituais Umbandistas.
- Não são espíritos humanos, em hipótese alguma.
- Exus Mirins são seres encantados da natureza provenientes da sétima dimensão à esquerda da que nós vivemos.
- A irreverência ou má educação comportamental não é típico deles na dimensão onde vivem.
- São naturalmente irrequietos e curiosos, mas nunca intrometidos ou desrespeitadores.
- Por um processo osmótico espiritual, refletem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com Exú e Pomba Gira. Logo, são nossos refletores naturais.
- Gostam de beber as bebidas mais agradáveis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou não.
- Apreciam frutas ácidas e doces “duros”, tais como: rapadura, pé de moleque, quebra queixo, cocadas secas e balas “ardidas” (de menta ou hortelã).
- Se bem doutrinados prestam inestimáveis trabalhos de auxilio aos freqüentadores dos centros de Umbanda.
- Não aprovam ser invocados e oferendados em trabalhos de demandas e magias negativas contra pessoas.
- Toda vez que seus médiuns os ativam para prejudicar os seus desafetos seus Exus Mirins se enfraquecem automaticamente já aconteceram inúmeros casos de médiuns que ficaram sem seus verdadeiros Exus Mirins porque os usaram tanto contra seus desafetos que eles ficaram tão fracos que foram aprisionados em kiumbas oportunistas tomaram seus lugares junto aos seus médiuns, passando daí em diante a criar problemas para suas vítimas que ainda acreditavam que estavam incorporando seus verdadeiros Exus Mirins.
- Eles raramente pedem seus assentamentos ou firmezas permanentes e preferem ser oferendados periodicamente na natureza, tal como as crianças da direita.
- Se bem doutrinados e colocados a serviço dos freqüentadores dos centros umbandistas, realizam um trabalho caritativo único e insubstituível.
EXU MIRIM
Exu mirim - 7ª falange ou legião – yariri
As crianças tanto na esquerda quanto na direita, estão associadas às mães.
Exu mirim é um mistério natural manifestado por Deus.
Quem é, e o que representa para a umbanda o exu mirim?
Exu mirim (serguith), é o travesso das dimensões negativas, que com sua irreverência resolve qualquer mau entendido e desmancha as confusões. Guardião das linhas das águas trabalha junto com exus, e de preferência com as pomba gira. Ajuda a abrir caminhos, desfazer os malfeitos e incentiva o trabalho social para resgatar os que estão na marginalidade. Fazem par com os erês nas dimensões negativas, as meninas apresentam-se como pomba giras meninas.
São espíritos de muita luz e sabedoria, portadores de mistérios dos orixás, nunca os olhem como: engraçadinhos, coitadinhos e divertidos.
Exu mirim pólo equilibrador entre a direita e a esquerda, atuam como agente atrasador da evolução, faz o ser regredir vai fechando as faculdades por mau uso da mesma tanto no material como no espiritual.
Quando erramos em nossa vida, sofremos uma regressão (lei de causa e efeito), sejam umbandistas, espiritualistas ou pessoas comuns, essa regressão é feita por exu mirim, quando estamos no caminho certo de vida agem como agentes evolutivos.
O recomeço da vida, e o plano de atuação após essa regressão é feita por exu. Exu mirim elemento regredidor de nossas vidas.
Exu elemento vitalizador, dando continuação aos caminhos da vida ou do recomeço de vida.
Obs: Deus não é impiedoso, Deus não pune e nem castiga, o que existe sim é a conscientização ou regressão dos caminhos de vida, por acertos ou erros como já dito, a lei de causa e efeito, e nossas entidades e divindades estão ai para nos fazer cumprir as leis.
Apresentação: Apresenta-se sempre na forma e com roupagem de criança travessa, gostam da cor vermelho e preto.
Obs: É justamente a falange de exu mirim que as vezes se introduz nas ibejadas ́fazendo se passar por eles.
Campos de força: Encruzas próximas as praias (sempre a primeira vindo da linha da praia para as ruas) encruzas em y e os descampados.
Seu dia: Muito homenageado no dia 06/01 dia de reis.
Seus gostos: Gostam de doces escuros: chocolates, cigarrinhos de chocolates, chocolates com licores por dentro, doces de bananas, teta de nega etc... Também gostam de moedas, e suas bebidas: guaraná com um pouco de conhaque, coca cola com pinga, às vezes acrescentam um pouco de mel nas misturas.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE EXU – MIRIM
Na religião de umbanda existe uma linha muito pouco comentada e compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada "de lado" dentro dos centros e terreiros. É a linha de exu mirim.Tabu dentro da religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e misteriosas, chegando a ponto de, em muitos lugares, duvidar-se muito da existência deles.
Na verdade, exu mirim é mais uma linha de esquerda dentro do ritual de umbanda, trabalhando junto com exu e pomba gira para a proteção e sustentação dos trabalhos da casa. Não aceitar exu mirim é proceder como em casas que não se aceita exu e pomba gira, mas que a partir do astral e sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, "se sem exu não se faz nada, sem exu mirim menos ainda". Não nos chega dentro da cultura dos orixás (nagô) um culto a uma divindade ou “orixá exu mirim”, assim como não nos chega à existência de um “orixá pomba gira”. Apesar disso, sabemos da existência de um trono responsável pela força e vigor na criação (exu/mehor yê), assim como existe uma divindade trono responsável pelo estímulo em toda a criação (pombagira/mahor yê). Sendo assim, também existe uma divindade fechada e não revelada, que sustenta a força da linha de exu mirim. Seria o “orixá exu mirim” responsável por criar meios ou situações para o desenvolvimento do intelecto e o amadurecimento das pessoas (fator complicador). Dessa forma, enquanto exu vitaliza os sete sentidos da vida e pomba gira estimula-os, exu mirim traz situações e “complicações” para que utilizando o vigor e estimulados possamos vencer essas situações e evoluirmos como espíritos humanos.
Dentro da umbanda não acessamos nem cultuamos diretamente o orixá – mistério exu, mas sim o ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos assentados a esquerda dos orixás. Também assim fazemos com o mistério exu mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho exu mirim, formada por "espíritos encantados" ligados a essa divindade regente.
Os exus mirins (entidades) apresentam-se como crianças travessas, brincalhonas, espertas e extrovertidas. Apesar de serem bem “agitadas”, suas manifestações deve estar sempre dentro do bom senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de umbanda, eles sempre se manifestam para a prática do bem sobre comando direto dos exus e pomba giras guardiões da casa.
Podemos dizer que os exus e pomba gira estão para os exus mirins, como os pretos velhos estão para as crianças da linha de Cosme e Damião.
Trazem nomes simbólicos análogos aos dos "exus adultos", demonstrando seu campo de atuação, energias, forças e orixás a quem respondem. Assim, temos exus mirins ligados ao campo santo: caveirinha, covinha, calunguinha, porteirinha. Ligados ao fogo: pimentinha, labareda, faísca, malagueta. Ligados a água: lodinho, ondinha, prainha, entre muitos e muitos outros, chegando a ponto de termos exus - mirins atuando em cada uma das sete linhas de umbanda.
Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos exus e pomba giras da casa, tornam–se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utiliza–se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela bicolor (vermelha e preta) etc. Uma força muito grande que exu mirim traz, é a força de “desenrolar” a nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e “enrolações” para bem longe. Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças "negativas" que estejam atuando contra nós, "desocultando-as" e acabando com essas atuações.
A umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.
Lembre–se que a umbanda é a manifestação de “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação. Para aqueles que sentirem–se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em exu mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.
Vamos resgatar os Exus Mirins da Umbanda e libertá-los do falso arquétipo que mentes e consciências distorcidas criaram para eles?
Colaboração: Daniel Baldan
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
13 de maio -dia dos pretos velhos
13 DE MAIO – DIA DOS PRETOS VELHOS!
Para todos aqueles que se interessam pela Sagrada Umbanda, irei tecer algumas considerações sobre a Linha dos Pretos Velhos.
Pretos Velhos
Apesar de toda a história de dor, injustiça e sofrimento enfrentado pelos negros no Brasil, após passarem pela sofrida expiação, desencarnaram e alcançaram a evolução.
Foram acolhidos por Zambi e Oxalá na Aruanda e hoje em dia baixam em nossos terreiros, trazendo a paz, a sabedoria e, principalmente, ensinando-nos a importância do amor ao próximo, da humildade e da caridade.
Devemos aos pretos velhos todos os conhecimentos dos Orixás, pois o culto à Eles nasceu no continente africano.
Devemos aos pretos velhos todos os conhecimentos dos Orixás, pois o culto à Eles nasceu no continente africano.
As sessões de pretos velhos são marcadas pela calmaria que invade o terreiro. Uma sensação de paz e amor toma conta do ambiente, fazendo com que os filhos de fé sintam essa energia de luz e de sabedoria que se manifesta.
Os atabaques são tocados de maneira mais leve, mais suave. Assim como com qualquer outra entidade, todo o respeito é prestado para com nossos vovôs e vovós. Geralmente, tais entidades chegam arcadas, demonstrando o peso da idade e o sofrimento que tiveram.Os pretos velhos quando manifestados, gostam de sentar em seu “toco” (um banquinho), fumar seu “pito” (cachimbo ou palheiro) e auxiliar aqueles que precisam. Com sábios ensinamentos, sabem tocar na ferida moral de cada filho de fé, ensinando a maneira correta de se viver, qual seja: Com amor ao próximo, com amor em Deus e com a prática constante da caridade.
Os pretos velhos não gostam de luxo. Preferem que seus médiuns estejam com a boa e velha roupa branca, miçanga e muita disposição para ajudar quem precisa. Atuam também no campo da cura, aliviando, com receitas simples e humildes, as dores dos enfermos que batem em nossas portas.
Nossos vovôs e vovós também são “mandigueiros”. Desmancham qualquer magia feita, tiram de cima do obsediado todas as cargas negativas e “maus olhados”, além de abrirem os caminhos e dar muita proteção no dia-a-dia.
Geralmente, utilizam em seus benzimentos e trabalhos a arruda, o guiné, o rosário, o crucifixo, água com mel, vinho, cachaça, velas, fumo, etc.
São entidades ligadas a Linha das Santas Almas e a vibração de Omulú, apesar de existirem pretos e pretas velhas de outros Orixás, como por exemplo, a linha de Quenguelê de onde vêm pretos velhos de Xangô. Sua linha também é conhecida como “Yorimá”.
Os pretos velhos representam a resignação, a humildade, a superação, o amor incondicional, a caridade desinteressada. Atendem a todos, independentemente da cor, classe social e religião e repudiam qualquer forma de promoção e cobrança.
Nossos vovôs e vovós também podem ser o guia chefe de um terreiro e comandar as sessões de desenvolvimento, apesar de tal encargo ser mais comum aos caboclos.
Os pretos velhos também são organizados em falages, nas quais, inúmeros espíritos se agrupam sob o mesmo nome. As mais conhecidas são: Pai Joaquim; Pai Francisco; Pai Maneco; Pai João; Pai José; Pai Mané; Pai Antônio; Pai Roberto; Pai Cipriano; Pai Tomaz; Pai Jobim; Pai Roberto; Pai Guiné; Pai Jacó; Pai Benedito; Rei Congo, Pai Anacleto, Vó Cambinda; Vó Cecília; Vó Maria Conga; Vó Catarina; Vó Ana; Vó Quitéria; Vó Benedita; Vó Cambinda; Vó Rita; Vó Rosa; Tia Catarina, Tia Luiza, Mãe Justina, etc.
Esses nomes são adicionados, geralmente, ao nome do local de onde viveram ou de onde vieram. Por exemplo: Pai João de Angola; Pai José de Aruanda; Mãe Maria de Minas; Pai João do Congo, Pai Cipriano das Almas e assim por diante.
Suas cores são o preto e branco e também o amarelo.
Sua saudação é “Adorei as almas!”
Uma vergonha chamada escravidão!
Publicado por Jefferson L. Grossl em Escravidão
A escravidão é, sem dúvida, uma mancha que o Brasil levará para sempre em sua história. Pouco se fala, muitos tentam esquecer ou minimizar. Mas o que aconteceu nesse país foi uma das maiores atrocidades que a humanidade já viu.
Negros da costa da África foram arrancados de seu país, de seu continente e trazidos a força para o Brasil e demais países da América, acorrentados como animais, para prestar serviço braçal até a morte aos senhores brancos.
Tiveram suas famílias destruídas. Foram vendidos separadamente e espalhados por esse país. Crianças foram abusadas. Velhos foram mortos. Jovens eram levados para prestar serviço braçal. Apanhavam de chicote, eram mutilados, torturados. Na senzala, local onde se abrigava inúmeros negros, passavam fome, frio e padeciam de várias enfermidades.
Se há algum povo que mereça ser para sempre lembrado com honrarias no Brasil, esse povo é, obviamente, o povo negro que aqui chegou! São eles os verdadeiros heróis de nossa nação!
Pena que muitos não reconhecem esse débito que nossa sociedade possui com os africanos. Muito se homenageia os alemães, ucranianos, italianos e até japoneses que, certamente, também contribuiriam para o progresso do país. Mas e os africanos? Nunca se viu um presidente do Brasil pedindo desculpas aos descendentes africanos pela barbáre que nosso Estado cometeu. Nunca se viu nenhuma festa oficial para comemorar o aniversário da chegada desse povo ao Brasil! Ao contrário, continua sendo disseminado em nossa sociedade um preconceito besta e injustificável.
Claro que o Governo Federal, a partir de 2003 passou a criar políticas públicas para remediar esse débito, como por exemplo, as cotas em Universidades, que são severamente criticados por algumas pessoas “brancas”. Até mesmo um Ministério de Igualdade Racial foi criado.
Mas infelizmente, o preconceito continua. Tudo o que é de origem africana ainda é visto com maus olhos por parte de nossa sociedade.
E é justamente esse preconceito que se reflete hoje na Religião. Por que as religiões Afro-brasileiras são as mais atacadas, difamadas e agredidas pelas seitas judaicas/cristãs?
A resposta é só uma: Preconceito! O Mesmo preconceito e intolerância que existiu quando o primeiro negro aqui pisou, ainda existe, infelizmente, no coração e mente de muitos brasileiros. A idéia de que um “Deus branco” é superior e melhor do que um “Deus negro” é muito difundida em diversas “igrejas” desse país.
Podemos observar na própria história de fundação da Religião de Umbanda, que até mesmo os Centros Espíritas Kardecistas da época, repudiavam – e infelizmente ainda hoje alguns espíritas ainda repudiam - a manifestação de qualquer espírito que dissesse ter sido negro ou índio. Mas porque apenas os doutores europeus de olhos azuis e cabelo loiros poderiam deixar suas mensagens? Será que a cor de um ser humano representa sua evolução?
Discordando disso, O Caboclo das 7 Encruzilhadas, no dia 15 de novembro de 1908, rompeu com o Kardecismo e anunciou a fundação de uma nova religião onde o negro e o índio poderiam se manifestar! Essa religião se chamaria Umbanda e iria acolher a todos, independentemente de cor, classe social e crença. Disse o caboclo “Aprenderemos com os que sabem mais e ensinaremos os que sabem menos”. Logo depois, se manifestou o espírito de um ex-escravo, chamado de Pai Antônio que ao lado do Caboclo das 7 Encruzilhadas deram início aos primeiros fundamentos da Umbanda no Brasil.
O vídeo abaixo, retrata de forma simples tudo o que aconteceu neste país durante a escravidão. Trata-se de uma cantiga de capoeira composta pelo mestre Barrão e Mestre Burgûes.
Semana da Abolição da Escravatura!
13 de maio! Data importante para a história do Brasil e para Umbanda. Em homenagem aos grandes guerreiros que lutaram pela liberdade, postarei uma cantiga de capoeira chamada “Esperança de ser livre” composta por Mestre Barrão.
“Negro escravo,
Foi pego fugindo da senzalaCorrendo nos canaviais
Capturado pelo feitor
Que no tronco o amarrou
E o guerreiro valente gritava.
Derrepente uma voz recuava
Mataram o Rei Zumbi
Assim a notícia chego
E o guerreio
Que nunca chorava
Nesse dia ele choro.
Iê…
Ô valente guerreiro e forte
Não acreditava na sorte
Não tinha medo da morte quando o fato aconteceu
Com a notícia que veio de longe
Dizendo que o Rei Zumbi morreu.
E o guerreiro amarrado no tronco
A Deus pedia proteção
Olhando para cima lamentou
Ainda chorando falo
Ô mataram o Rei Zumbi a esperança de ser livre acabou.
Ô valente guerreio choro
Ê choro choro.
E o valente guerreiro choro (3x)
Ô valente guerreiro e forte
Não acreditava na sorte
Não tinha medo da morte quando o fato aconteceu
Com a notícia que veio de longe
Dizendo que o Rei Zumbi morreu.
E o guerreiro amarrado no tronco
A Deus pedia proteção
Olhando para cima lamentou
Ainda chorando falo
Ô mataram o Rei Zumbi a esperança de ser livre acabou!”
A MELHOR OFERENDA
A MELHOR OFERENDA!
OFERENDAS PARA ORIXÁS
Caboclo Pery
Médium Mãe Iassan
Muitos médiuns vem nos perguntar quais oferendas podemos dar no dia de determinado Orixá.
Estaremos agora passando uma receita básica que pode ser utilizada para qualquer Orixá ou Entidade. Tratam-semateriais simples, que pode ser enontrados em seu dia a dia:
* um pacote de amor, em pó, para que qualquer brisa possa espalhar para as pessoas que estiverem perto ou longe de você;
* um pedaço (generoso) de fé, em estado rochoso, para que ela seja inabalável;
* algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa entender as intuições que recebe;
* um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada em retribuição, para não “desandar” a massa.
Junte tudo isto num alguidar feito com o barro da resignação e determinação e venha para o terreiro.
Coloque em frente ao Congá e reze a seguinte prece:
“Pai, recebe esta humilde oferenda dada com a totalidade da minha alma e revigora o meu físico para que eu possa ser um perfeito veículo dos teus enviados. Amém.”
Pronto! Você acabou de fazer a maior oferenda que qualquer Orixá, Guia ou Entidade pode desejar ou precisar…
Você se dispôs a ser um MÉDIUM DE VERDADE!
COMENTÁRIO
Muitos irmãos adentram a seara Umbandista em busca de soluções mágicas para a resolução de seus problemas.
Procuram “receitas” contra a inveja, mau-olhado, saúde física e financeira, amor, fortuna, etc.
E buscam realizar oferendas e mais oferendas em “troca” de auxílio.
Trata-se de uma atitude lastimável!.
Os Orixás e os espíritos de luz que se manifestam em nossas casas, não são “gênios da lâmpada”. Nâo estão eles obrigados a realizar os desejos e caprichos daqueles que os procuram. Muito pelo contrário, por serem “guias”, possuem como missão a mera orientação acerca do melhor caminho a se seguir e a melhor maneira de se preparar para as “batalhas” da vida. Mas nunca, jamais, irão lutar no lugar deles, pois são eles(encarnados) quem estão em provação neste planeta e não os “guias”.
O texto acima reflete a filosofia da verdadeira Umbanda. Como já mencionado outrora, ser Umbandista não é apenas ir ao terreiro. Ser Umbandista é vivenciar seus ensinamentos, os quais se resumem na prática do amor, da caridade e do perdão.
Na própria bíblia há uma passagem em que, supostamente, Jesus ensina seus dicípulos: “Antes de levar sua oferta ao altar, perdoe seu irmão!
Ou seja, de nada valerá as ofertas que você faz a Deus, se teu coração é maculado pelo ódio!
O mesmo se aplica na Umbanda.
De nada adianta realizar uma oferenda com muitas velas, flores, perfumes, frutas, etc., se o seu coração está contaminado pelo egoísmo, pelo ódio e pelos vícios.
Tenho a certeza de que os Orixás e guias, prefeririam muito mais, se o ofertante acendesse uma única vela, mas que fosse uma pessoa repleta de amor, praticante da caridade verdadeira e semeadora de esperança e fé.
Ajuda-te! Que o céu te ajudará!
Podem ter certeza meus irmãos, que aquele que obtém qualquer vantegem de maneira ilícita, burlando as leis e se aproveitando da fé do próximo, mas cedo ou mais tarde, receberá sua recompensa. Pois, tudo o que vem fácil e rápido, vai fácil e rápido! Mas tudo aquilo que é construido na pedra, de maneira digna e honesta, se tornará uma fortaleza que nem mesmo as tempestades derrubarão!
Pensemos nisso!
O Umbandista e o Respeito pela Natureza
A Umbanda é uma religião que está profundamente ligada à Natureza. Sem Natureza não haverá Umbanda!
Isso porque, nossos Orixás e espíritos habitam justamente as florestas, campinas, cachoeiras, pedreiras, lagos, pântanos, rios, fontes, praias, mares, etc. São desses lugares, pontos de força, que retiramos as energias necessárias para realizar os cruzamentos, amacis, deitadas, etc., rituais essenciais ao desenvolvimento mediúnico na Umbanda.
Por essa razão, mais do que qualquer outra pessoa, o Umbandista deve ter uma forte consciência ambiental. Como iremos pedir o auxílio e a presença do senhor das matas, se quando lá estamos, sujamos seu espaço? Queimamos suas árvores? Matamos seus animais?
E a Senhora da cachoeira, será que fica feliz ao ver a quantidade de litros, tocos de velas, alguidares deixados em seu recanto?
É lógico que não.
Uma das melhores oferendas que fazemos a essas forças é preservar os seus domínios. Devemos respeitar cada ponto da natureza, como se fosse um templo sagrado e intocável.
Por isso, quando houver a necessidade de realizar uma oferenda, em qualquer lugar da natureza, evite deixar qualquer espécie de lixo. Procure utilizar materiais biodegradáveis no lugar de plásticos, vidros, metais, etc.
Ao invés de alguidar, forre o local com folhas de bananeira ou mamona. O Alguidar demora muito para se decompor e evita a decomposição rápida dos elementos que estão dentro dele, gerando o mau cheiro.
Ao invés de deixar garrafas, despeje o líquido em volta da oferenda. O vidro, além de demorar para se decompor, pode causar ferimentos às outras pessoas que por ali passam. Despejando o líquido ao redor da oferenda, a terra sugará sua oferta e a essência será entregue a força que você desejar.
Ao invés de presentes de plásticos, como pentes, espelhos, etc., comuns nas oferendas à Iemanjá e Oxum, opte por flores e materiais de madeira. Não jogue garrafas dentro dos rios e mares, despeje a bebida nas águas e leve o litro para o lixo. A intenção, a validade, será a mesma.
Evite acender velas próximo às arvores e vegetações secas. Essa atitude irá evitar incêndios e a destruição da mata sagrada.
Procure desenvolver essa consciência e a leve para o dia-a-dia. Não jogue lixo nas ruas, praças, encostas, rios, bueiros. Não polua o ar com gases tóxicos. Troque as sacolas plásticas pelas sacolas de fibra. Separe os materiais recicláveis. Evite incêndios. Aconselhe as demais pessoas a tomarem as mesmas atitudes, pois só assim poderemos salvar nosso planeta.
Com essas atitudes simples e inteligentes, o Umbandista se integrará ainda mais à natureza, passando a ser parte dela. Além de contribuir para a preservação do planeta, estará, indiretamente, agradando aos Orixás, pois estará fazendo sua parte na preservação de suas moradas sagradas.
DEUS NA UMBANDA
DEUS NA UMBANDA
A Umbanda é uma religião monoteísta, ou seja, acredita na existência de um Deus Supremo, incriado, criador de tudo e de todos. Dele, provém todas as formas e manifestações de vida.
Foi Deus Supremo quem criou os Orixás, os espíritos e todos os planetas e astros existentes no universo. Esse Deus pode ser chamado de diversos nomes, tais como, Zambi, Olorum, Olodumaré, etc. Tais denominações são influencias das nações africanas que chagaram ao Brasil durante o período da escravidão.
Assim como na Umbanda, o Candomblé, em todas as suas nações, também acredita na existência de um Deus Supremo.
Para o povo Bantu (nação Angola) esse Deus Supremo é chamado de Nzambi (Zambi).O Culto a Nzambi não tem forma nem altar próprio. Só em situações extremas eles rezam e invocam Nzambi, geralmente fora das aldeias, em beira de rios, embaixo de árvores, ao redor de fogueiras. Não tem representação física, pois os Bantu o concebe como o incriado, o que representa-lo seria um sacrilégio, uma vez que Ele não tem forma. No final de todo ritual Nzambi é louvado, pois Nzambi é o princípio e o fim de tudo.(http://pt.wikipedia.org/wiki/Nzambi).
Para o povo Yorubá (nação Ketu) o Deus Supremo é chamado de Olorum ou Olodumaré. É Ele o Dono do Orun céu e Criador do Orun e do Aiye, o céu e a terra. É associado fortemente com a cor branca, e controla tudo. É o Deus Pai Criador de tudo e de todos. Embora reconhecido e louvado como Único e Soberano, não existe templo individual para Ele. De acordo com um dos mitos da criação yoruba, ele delegou os poderes de criação do Aiye para seu primeiro e mais velho filho Orisanla ou Obatalá. “KOSI OBA KAN AFI OLORUN” – “Nao há outro senhor senão Deus!”.
Para o povo Ewe-Fon (nação Jeje), o Deus Supremo é entendido como a união de duas divindades, uma masculina chamada de Lissá e outra feminina, chamada de Mawu. A união dessas divindades forma Mawu-Lissá, o responsável pela criação de tudo e de todos.
Percebe-se que, mesmo sendo designado por nomes distintos, dependendo a nação, esse Ser recebe os mesmo atributos e devoções. Ou seja, trata-se de um ser Superior, Soberano, acima dos Orixás, Voduns, Nkises e espíritos em geral. È o Senhor de tudo e de todos, onisciente, onipresente e onipotente. Não possui representações em imagens e não possui templo próprio, pois seu templo está em todos os lugares.
Com a fundação da Religião de Umbanda no Brasil, foi absorvido, em especial, as denominações ZAMBI e OLORUM para designar o Deus Supremo. Além disso, em razão das influências indigenas, é também muitas vezes chamado de TUPÃ ou, pela influência católica, chamado simplesmente de DEUS.
Dependendo da Linha de onde vem as entidades que se manifestam em nossas casas, elas podem usar qualquer das expressões acima, sem que isso signifique se tratar de uma divindade distinta. Pois, Deus é único, o que muda é a forma pelo qual o chamamos.
Assim, é muito comum ver pontos cantados que ora falam em Zambi, ora falam em Olorum. Ora falam em Tupã ora, simplesmente, em Deus. E isso se dá, como visto, pela associação e influencia recebida pela Umbanda em sua formação.
Na Umbanda também não há representações materiais para Ele, pois está acima de tudo. Se estamos encarnados, se temos a mediunidade, se temos a oportunidade de evoluir, é por que Ele, Deus Supremo, em sua infinita bondade e misericórdia, permitiu.
Assim, pela sua importancia merece e deve ser louvado, antes ou depois das sessões espirituais.
ORAÇÃO À ZAMBI
Pai Zambi, criador de nossa Aruanda e do espaço em que vivemos onde chamamos de terra, poderoso é vosso nome e grande é vossa misericórdia, e em nome de Oxalá recorremos a vós, nesse momento, para pedir a benção para nosso caminhar rumo a sua Vontade. Que vossa Divina Luz incida sobre mim e meus irmãos.
Com vossas mãos retire todo o mal, todos os problemas e todos os perigos que estejam em nosso caminhar.
Que as forças negativas que nos abatem e nos entristecem se desfaçam ao sopro de vossa Benção.
O vosso poder destrua todas as barreiras que impedem o nosso progresso rumo a sua Verdade.
E de Aruanda, Vossas virtudes penetrem em nosso espírito, dando paz, saúde e prosperidade. Abra Zambi, os nossos caminhos. Que nossos passos sejam dirigidos por vós para que não tropecemos em nossa caminhada.
Agradecemos em nome de Zambi, de todos os Orixás e dos Espíritos de Luz que nos acompanham.
Assim seja.
AUTOR: Alex de Oxóssi
ORAÇÃO À OLORUM
“Olorum, meu Deus, criador de tudo e de todos. Poderoso é o vosso nome e grandiosa e vossa misericórdia.
Em nome de Oxalá, recorro a vós nesse momento, para pedir-lhe a benção durante meu caminhar rumo a vossa Vontade.
Que Vossa Divina Luz incida sobre tudo que criaste.
Com Vossas mãos retirem todo mal, todos os problemas e todos os perigos que estejam em meu caminhar.
Que as forças negativas que me abatem e que me entristecem, se desfaçam ao sopro de Vossas bênçãos.
Que o Vosso poder destrua todas as barreiras que impedem meu progresso rumo a Tua verdade.
E que Vossas virtudes penetrem e meu espírito dando-me paz, saúde e prosperidade.
Abra Senhor os meus caminhos, que meus passos sejam dirigidos por Vós para que não tropece em minha caminhada.
15 DE NOVEMBRO DE 1908 -NASCE A UMBANDA
15 de novembro de 1908 – Nasce a Umbanda
É com grande emoção que liberamos este Podcast especial com Zélio de Moraes.
Neste Podcast Zélio de Moraes, o criador da Umbanda no Brasil, com 80 anos de idade inspirado pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, conta como foi que criou a Umbanda no Brasil.
Esta fita foi gravada em 1971 por Lilian Ribeiro.
Uma palestra onde ele fala entre outras coisas: – Como começou a Umbanda no Brasil – Quem era o Caboclo das 7 Encruzilhas – Criação da primeira Tenda de Umbanda no Brasil – Criação das primeiras 7 Tendas – Criação da primeira Federação de Umbanda
e muito mais informações sobre a origem da Umbanda no Brasil.
Ouça o Ponto Cantado do Caboclo das 7 Encruzilhadas.
Esta fita original foi doada gentilmente por Lilian Ribeiro da TULEF e chegou até nós através de Mãe Maria de Omulu.
Vamos conhecer a história da Umbanda!
Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível. Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens.
Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo – Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade. À princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.
Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: “Amanhã estarei curado”.
No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.
O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição sentaram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade incorporada no rapaz perguntou:
“- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?”
Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou:
“- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?”
Ele responde:
“- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.”
O vidente ainda pergunta:
“- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?”
Novamente ele responde:
“-Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei.”
Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.
No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:
“-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo”.
Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda.
O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras:
“- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai.”
Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
“- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá”,
Após insistência dos presentes fala:
“- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo”.
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
“- Minha caximba.,nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá”.
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de “Guia de Pai Antonio”.
No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dado como loucos foram curados.
A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.
Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.
Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:
Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara;
Tenda Espírita São Pedro;
Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge;
Tenda Espírita São Jerônimo.
As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu.
Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.
Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.
O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.
A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda afinizam a ligação com a vibração dos seus guias.
Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.
Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú – RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu. Faleceu aos 84 anos no
iansã orixá
IANSÃ
Iansã é Orixá Guerreira, senhora das almas, dos ventos, das tempestades, dos raios e relâmpagos.
Em razão do sincretismo religioso, a imagem de Iansã está fortemente associada à imagem de Santa Bárbara, a Santa nascida no Século III e tida como protetora contra os relâmpagos e tempestades.
Iansã é um Orixá que teve seu culto nascido na Nigéria, mais especificamente nas margens do Rio Niger. Curiosidade é que nome “Iansã” é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã = “A mãe do céu rosado” ou “A mãe do entardecer”. Assim, falar em Oyá ou Iansã é falar do mesmo Orixá.
O culto à Iansã chegou ao Brasil juntamente com os negros escravos. Certamente pela semelhança na regência das tempestades e relâmpagos, além de empunhar uma espada na mão, Iansã passou a ser sincretizada com Santa Bárbara.
Iansã também é tida como a senhora dos Eguns (mortos). Por isso, assim como saudamos Obaluaê no campo santo, também devemos saudar Iansã.
Por ser uma Orixá Guerreira, seu símbolo é o raio e a Espada. (Apenas por título de curiosidade, no candomblé, além da espada o símbolo de Iansã é o Irukerê, uma espécie de chicote feito com cauda de búfalo, o qual tem por finalidade conduzir os Eguns).
A cor de Iansã usada na Umbanda é o Amarelo. (No candomblé e em alguns tipos de umbanda “traçada” (que misturam candomblé com umbanda) usam-se as cores vermelha, marron e rosa).
As oferendas para Iansã levam velas e flores amarelas, espadas de Iansã (igual as espadas de São Jorge, mas com as bordas amarelas), bebidas doces, frutas (em especial o melão) e acarajé. São entregues, preferencialmente em bambuzais e pedreiras.
Seu dia da semana é a Quarta-Feira, dia que divide com o Orixá Xangô.
Seu dia do ano é o 04 de dezembro.
Sua saudação é “Epa hei ou Eparrei Iansã/Oyá!”
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
CHICO XAVIER
Chico Xavier
Francisco Cândido Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 – Uberaba, 30 de junho de 2002), mais conhecido popularmente por Chico Xavier, foi um médium brasileiro e célebre divulgador do Espiritismo no Brasil.A mediunidade psicográfica de Xavier começou a engatinhar para novos caminhos quando fora descoberta por uma professora, de nome D. Rosália, que lia seus textos escritos após alguns passeios. A professora mostrava a amigos íntimos que, de forma unânime, concordavam entre si que os textos ou eram copiados ou eram de bons espíritos, já que a maioria falava sobre o amanhecer, por exemplo, com conclusões evangélicas.
É o médium psicográfico brasileiro mais importante da história, tendo publicado mais de 400 livros.
Nascimento
Nascido em Pedro Leopoldo, cidade do interior de Minas Gerais, era filho de Maria João de Deus e João Cândido Xavier. Educado na fé católica, Chico teve seu primeiro contato com a Doutrina Espírita em 1927, após fenômeno obessivo verificado com uma de suas irmãs. Passa então a estudar e a desenvolver sua mediunidade que, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, somente ganhou maior clareza em finais de 1931.Infância
A mediunidade de Chico manifestou-se aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências, quando o pai conversava com uma senhora sobre gravidez. Ele via (clarididência) e ouvia (clariaudiência) os espíritos e conversava com eles. Aos 4 anos conversava com a mãe, já desencarnada. Na casa da madrinha, foi muito maltratado, chegando a levar uma garfada na barriga. Aos sete anos de idade, saiu da casa da madrinha para voltar a morar com o pai, já casado outra vez. Ele, para ajudar nas despesas da casa trabalhava e estudava em escola pública. Por conseqüência, dormia apenas sete horas por dia.Psicografias
Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico
Xavier psicografando uma mensagem do Espírito de Emmanuel.
Chico Xavier psicografou quatrocentos e doze livros. Nunca
admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os
espíritos lhe ditavam Vendeu mais de 20 milhões de
exemplares. Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e
instituições de caridade, desde o primeiro livro.Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Paulista do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira.
Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Souza e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932. O livro causou muita polêmica entre os descrentes. O de maior tiragem foi Nosso Lar, com cerca de milhão e trezentas mil cópias vendidas, atribuído ao espírito André Luiz, primeiro volume da coleção que leva o nome deste. Em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira psicografou 17 obras.
Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de “Maurício” teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.
Obras assistenciais
Chico é lembrado principalmente por suas obras assistenciais em Uberaba, cidade onde faleceu em Julho de 2002. Nos anos 70 passou a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.Movimento espírita
O mais conhecido dos espíritas brasileiros contribuiu para expandir o movimento espírita brasileiro e encorajar os espíritas a revelarem sua adesão à doutrina sistematizada por Allan Kardec. Sua credibilidade serviu de incentivo para que médiuns espíritas e não-espíritas realizassem trabalhos espirituais abertos ao público.Falecimento
Chico Xavier faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardíaca. Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento. O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol de 2002 no dia de seu falecimento. Chico foi eleito o mineiro do século XX, seguido por Santos Dumont e Jucelino Kubitschek.
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